Projeto Seti completa 10 anos sem sinais de vida extraterrestre

Considerado o maior e mais longo projeto de computação voluntária, o projeto SETI@home celebra 10 anos de existência, com mais de 140 mil participantes e 235 mil computadores ativos sendo empregados na busca de sinais inteligentes vindos do espaço. Mas apesar de todo o poder computacional envolvido, nenhum sinal de vida alienígena ainda foi detectado.


O Projeto foi lançado em 17 de maio de 1999 com o objetivo de usar o tempo ocioso dos computadores domésticos na tentativa de vasculhar os dados captados pelo radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, em busca de qualquer padrão não natural que pudesse indicar uma fonte inteligente fora da Terra.

Três meses após ser lançado, o SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre) já contava com 1 milhão de colaboradores em 223 países, todos executando o software protetor de tela em computadores domésticos, escolas, empresas, universidades e departamentos de governo. Até a década passada pelo menos 5 milhões de pessoas rodaram o software e hoje, mesmo com outros projetos concorrentes, o SETI@home ainda é o maior cluster de computadores dedicados em funcionamento.



Maior capacidade


Segundo o diretor do Projeto, David Anderson, apesar do número de membros ativos estar caindo, a capacidade de processamento é maior que antes, graças ao aumento do poder dos processadores atuais. "O desafio atual é varrer todas as frequências, todas as áreas do céu e todos os padrões possíveis em busca de sinais inteligentes", disse Dan Werthimer, cientista chefe do SETI.


Durante os 10 anos de funcionamento, o SETI@home vem aprimorando a análise dos sinais captados pelo radiotelescópio de Arecibo. Atualmente, mais frequências são cobertas e mais pontos do céu são escaneados simultaneamente e desde março adquiriu capacidade para pesquisar os pulsos esporádicos captados pela antena.



Início


O Projeto foi concebido em 1995, por David Gedye, um engenheiro de software que imaginou a possibilidade de utilizar o imenso poder dos computadores domésticos durante o tempo em que não estivessem em uso. Para isso Gedye se aproximou do astrônomo Woody Sullivan, da Universidade de Washington, que já trabalhava em busca de sinais extraterrestres junto ao observatório de Porto Rico.

Após diversos estudos os pesquisadores desenvolveram um método de conectar os computadores através da Internet e transformaram cada equipamento individual em uma célula de um único supercomputador, capaz de decodificar os dados captados pelo radiotelescópio.


Sucesso


O projeto deu tão certo que em 1999 foi criado o software BOINC, que permite aos cientistas de qualquer parte criar projetos semelhantes ao SETI@home com o objetivo de realizar pesquisas em outras áreas, entre elas o estudo das doenças relacionadas às proteínas e pesquisas das ondas gravitacionais, além de melhorar a qualidade das previsões relacionadas ao Aquecimento Global



Mais potência


A quantidade de dados gerados pelo radiotelescópio de Arecibo é tão grande, que os pesquisadores estão usando, além das CPUS dos computadores, os processadores da placas de vídeo (GPU) de última geração, capazes de realizar cálculos mais rápido que as CPUs. "A última versão do software, lançado seis meses atrás, já utiliza a capacidade das novas placas de vídeo e roda 10 vezes mais rápido que a anterior", disse Mike Anderson, engenheiro de software e criador do BOINC.



Sinais de Rádio


Os dados de rádio que alimentam o software SETI@home começaram a ser coletados há dois anos, através de um receptor multibanda instalado na antena do radiotelescópio. Esse equipamento é capaz de coletar 14 vezes mais dados que seu antecessor, além de ter maior sensibilidade. Os dados coletados são divididos em milhares de pacotes e analisados pelos computadores que usam o protetor de tela do SETI@home. Uma vez processados são enviados de volta ao SETI, que armazena os resultados e envia um novo pacote ao computador doméstico.



No topo, radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, principal fonte de dados do projeto SETI. Na sequência, vista parcial do arranjo de radiotelescópios Allen, na Califórnia, patrocinado pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen. Crédito: Seti Institute.

Fonte: www.apolo11.com

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