Sonda americana pronta para se chocar contra a Lua

A agência espacial americana confirmou nesta sexta-feira que a dupla sonda lunar LRO/LCROSS está pronta para sua missão. O objetivo das naves é confirmar e mapear possíveis lugares que contenham água, necessária às atividades humanas no local. Uma das sondas deverá se chocar contra a superfície lunar, produzindo uma coluna de fragmentos de 6 mil metros de altitude, que será estudada por instrumentos.


O lançamento da sonda será feito através de um foguete do tipo Atlas 5 e está previsto para acontecer no próximo dia 17 de junho a partir de Cabo Canaveral, na Flórida.

Segundo Mike Wargo, cientista chefe para missões lunares da Nasa, a busca de água está parcialmente concentrada nas regiões polares da Lua e que pela posição geográfica nunca recebem luz solar e estão permanentemente na escuridão. Essas crateras não recebem luz há mais de 1 bilhão de anos e podem conter depósitos de água congelada sob temperaturas de 200 graus Celsius negativos.

A dupla sonda é composta dos módulos LRO (Orbitador de Reconhecimento Lunar) e do impactador LCROSS (Satélite de Sensoriamento e Observação de Cratera). O orbitador LRO é equipado com instrumentos capazes de medir temperatura, topografia, radiação e níveis de hidrogênio e orbitará a Lua produzindo mapas em três dimensões de 100 regiões diferentes. LCROSS é a sonda impactadora, que se chocará contra uma cratera na região polar da Lua.



O Impacto

"Se o estágio propulsor da LCROSS atingir uma parte do regolito lunar que contenha pelo menos 0.5% de água gelada, conseguiremos detectar seu sinal na pluma ejetada", disse Anthony Colaprete, principal cientista da missão LCROSS ligado ao centro Ames da Nasa.


O choque acontecerá a uma velocidade de 9 mil km/h, produzindo uma explosão equivalente a 1 tonelada de TNT. O impacto ejetará uma grande quantidade de material das profundezas da cratera, expondo-o à luz solar. Se houver gelo, ele será pulverizado e a luz ultravioleta do Sol quebrará suas moléculas em hidrogênio (H) e hidróxido (HO), permitindo que os sensores da LCROSS e da LRO em órbita, detectem dentro espectro infravermelho a assinatura típica do H2o, além da assinatura do HO em 308 nanômetros.



Observação

A explosão em si não poderá ser observada já que será escondida pelas paredes da cratera, mas os astrônomos e observadores na Terra poderão ver a pluma de material ejetado. Após o impacto um cone de partículas se expandirá até a altura de 6 mil metros acima da superfície e se propagará por aproximadamente 40 km em todas as direções. Reluzindo devido à luz solar, o material atingirá um brilho estimado entre 6 e 8 magnitudes, invisível aos olhos humanos, mas facilmente observável através de telescópios.

O impacto da sonda LCROSS contra a superfície da Lua será provavelmente um evento internacional. De acordo com o boletim de estratégias de observação divulgado pela Nasa, o impacto também será acompanhado pelo observatório da ESO, no Chile, o que supõe que observadores no Brasil também poderão ver o impacto, mas com a Lua já próxima do horizonte.



Artes: No topo, concepção artística mostra o choque da sonda LCROSS contra a superfície lunar. Os dados também serão coletados pelo orbitador LRO, em órbita polar. Na sequência vemos o ciclo de vida do impacto. Apesar dos efeitos durarem 1 hora, as observação feitas da Terra não passarão de alguns minutos. Crédito: Nasa/Ames/JPL.


fonte: www.apolo11.com

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