Alienígenas na Terra
A descoberta de uma bactéria no gelo do Ártico, que sobreviveu em estado de dormência por 120 mil anos, pode abrir caminho para o encontro de outros microrganismos em outros planetas e luas do Sistema Solar, segundo o International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology.
Pesquisadores da University of Pennsylvania, liderados pela bióloga Jennifer Loveland-Curtze, reativaram a bactéria incubando suas amostras a 2ºC durante sete meses e a 5ºC por outros quatro meses.
A bactéria, A.H.glaciei é entre dez e 50 vezes menor que sua parente que provoca gastrenterite e seu pequeno porte teria facilitado sua sobrevivência por esse longo tempo a mais de 3km de profundidade.
Ainda que a interpretação envolvendo esse microrganismo tenha consistência, é preciso considerar que ela não é a única pista capaz de permitir uma antecipação de descobertas em outros corpos do Sistema Solar, especialmente em luas geladas de Júpiter e Saturno.
Na Antártida pelo menos três outras áreas são extremamente promissoras neste sentido, mais ainda que no Ártico.
As promessas antárticas envolvem tanto lagos confinados no interior da enorme calota de gelo, isoladas do exterior por milênios, quanto possibilidades apresentadas pelo chamado Vale Seco, não muito distante da base de McMurdo, localizada abaixo da Austrália, sem contar os meteoritos.
Os lagos confinados devem abrigar microrganismos desconhecidos em outras regiões e a profundidade em que se encontram se assemelha à de alguns corpos do Sistema Solar. Neste sentido, ao mesmo do ponto de vista ambiental, são parecidos ao identificado no Ártico..
Já os vales secos têm condições muito parecidas às de Marte: são desprovidos de gelo e exibem intensa radiação ultravioleta, algo que, em princípio, desestruturaria a informação contida no DNA e assim inviabilizaria formas de vida como conhecemos.
Mas, como demonstraram pesquisadores como o cosmólogo britânico Fred Hoyle (1915-2001), bactérias podem existir em condições absolutamente agressivas, como proximidade de fontes vulcânicas e mesmo no interior de equipamentos deixados na superfície da Lua (com enorme variação de temperatura e intensa radiação ultravioleta, entre outras condições agressivas para a vida).
Além disso, a Antártida, mais que o Ártico, é uma região rica em meteoritos.
Ao contrário do Ártico que, no entorno do pólo, é apenas uma calota de gelo congelada flutuando sobre o oceano, a vastidão antártica se localiza sobre terra, ainda que coberta por uma camada de gelo que supera os 3 km de espessura.
Determinadas regiões da Antártida costuma “drenar” meteoritos para certas posições onde são encontrados com maior facilidade.
O Allan Hills 84001, um dos mais famosos, por exemplo, foi encontrado próximo à formação Allan Hills em 27 de dezembro de 1984 e dividiu a comunidade de exobiólogos ao exibir estruturas que sugerem formas bastante primitivas de vida.
Meteoritos têm origem em impactos sobre outros planetas e luas do Sistema Solar que ejetaram material para o espaço e parte dele caiu na Terra.
A Lua e outros planetas, no entanto, também devem ter meteoritos originários da Terra. Eles podem ter sido arrancados daqui por impactos como o grande choque que eliminou os dinossauros, há 65 milhões de anos, e que acabaram pousando na superfície de outros astros do Sistema Solar.
Os autores de cada uma das descobertas, como a equipe da University of Pennsylvania, tendem a valorizar suas tarefas.
Na realidade, as possibilidades de se identificar na Terra, tanto sugestões como formas de vida alienígena, são bem mais vastas, ainda que, até agora, nenhuma delas tenha sido inequivocamente identificada.
Fonte: www.gea.org.br
Fonte: www.gea.org.br
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