DUAS NOVAS ESTRELAS NO CÉU AUSTRAL


Por Alexandre Amorim (NEOA/IFSC - Florianópolis)
Boletim Observe! Abril de 2012, p. 4-5.


Neste mês de março de 2012 foram descobertas duas estrelas cataclísmicas em constelações do hemisfério sul. Devemos deixar claro que tais estrelas são extremamente comuns e são descobertas todos os anos. Porém, a detecção destes objetos sempre desperta a curiosidade dos observadores. Vejamos os detalhes destes dois objetos e as perspectivas de observação deles neste mês de abril.

V834 Carinae: descoberto como um objeto de magnitude 10,2 em 26 de fevereiro de 2012 pelo australiano John Seach, a poucos minutos de arco do aglomerado das Plêiades Austrais (região de theta Car). Logo após divulgação no website do CBAT/IAU sobre objetos transientes, esperamos pela primeira oportunidade para observar esta estrela. De fato, na noite de 1-2 de março foi possível estimar o brilho do objeto em magnitude 10,4. O colaborador Diego de Bastiani (Chapecó/SC) obteve uma imagem tomada na noite de 3-4 de março.

 


Nesta imagem, a nova está com magnitude 10,6. Abaixo temos a curva de luz com as observações feitas até o nosso limite instrumental.



Possível Nova em Centaurus: as informações sobre este objeto são tão recentes que até o fechamento desta edição o CBAT/IAU ainda não divulgou oficialmente nenhuma Circular. Provisoriamente o objeto recebeu a designação PNV J13410800-5815470, localizado na constelação do Centauro, cerca de 3 graus a noroeste de Beta Centauri. Esta possível nova parece ser um objeto mais promissor para acompanhar a evolução de seu brilho durante o mês de abril. Na noite de sua descoberta, em 23 de março de 2012, seu brilho foi estimado em magnitude 9,2. Tal brilho permite que o objeto seja visualizado através de instrumentos com abertura igual ou superior a 60 milímetros. Na noite de 24-25 de março de 2012 conseguimos visualizar esta estrela, estimando seu brilho em magnitude 10,0. Abaixo temos uma carta específica para este objeto com estrelas de comparação devidamente selecionadas.

 

Fonte: NEOA acessado em 01 de abril de 2012.

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